sexta-feira, 16 de abril de 2010

O APERFEIÇOAMENTO E A CONFIANÇA EM DEUS



Partindo do principio que aperfeiçoamento é uma característica que revela a maturidade do crente, seu crescimento no conhecimento e vivencia da fé, creio que nada pode revelar mais essa evidencia do que a confiança em Deus. Augustus Gordon definiu vida cristã como “confiança”. Para ele a submissão confiante, a exemplo de uma criança, é o espírito que define a autentica vida cristã. A confiança foi a ordem maior de Jesus a seus discípulos: João 14:1.
O ato de confiar não desfaz a confusão, não elimina a escuridão, não acaba com a incerteza, não elimina o caos, não entorpece a dor, nem serve de muleta. No momento em que tudo está escuro, o coração que confia diz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Viver e confiar em Deus é um risco que todo discípulo de Jesus corre, mas alguém já disse que, viver sem correr riscos é correr o risco de não viver. Viver pela fé é arriscado, e aquele que aprendeu a confiar no amor de Deus vai sempre prosseguir com seu olhar fixo no autor e consumador de sua fé: Jesus.
1 – A CONFIANÇA E A GRATIDÃO
A gratidão é a principal característica de um discípulo de Jesus. O coração grato exclama de manhã: “Senhor, obrigado pela dádiva de mais um dia”. A grande verdade é que pecamos todos os dias quando deixamos de ser gratos a Deus pelas suas dádivas. A gratidão pode ser vista dentro de 4 aspectos: É INCLUSIVA: ela inclui todas as coisas de nossa vida (1Ts 5:18); É ATENTA: A distração com ocupações (trabalho, TV, vícios, brincadeiras, leituras inúteis etc) interferem na atenção das dádivas que nos chegam a cada dia; É CONTAGIOSA: pessoas agradecidas tem espírito cativante, por isso é bom estar perto delas. David Steindl-Rast diz que “a raiz da alegria é a gratidão...não é a alegria que nos torna agradecidos; é a gratidão que nos torna felizes.”; É TEOCENTRICA: G.k. Chesterton diz que “a pior coisa para um ateu é sentir-se grato e não ter a quem agradecer.” O contrario da gratidão é a ingratidão, e a antítese de dar graças é murmurar, e os murmuradores vivem em estado de estresse (Mt 20:1-16).
2 – AS DIFICULDADES PARA A CONFIANÇA
Quando a dor e o sofrimento se ajuntam ao monstruoso mistério do mal, chegamos a uma encruzilhada de onde não há caminho de volta. Ou cantamos e agradecemos a Deus ou abandonamos a fé e descremos na existência de Deus.
A dor, o sofrimento e o mal constituem um divisor de águas para a igreja. Nem a teologia serve para resolver este problema. Uma coisa é certa: somente que já passou pelo vale da desolação, que já bebeu o cálice do sofrimento, que já experimentou a solidão e a alienação existencial, pode dar o testemunho do Santo em face da aflição.
3 – A CONFIANÇA NASCE DA FÉ
A fé nasce da experiência pessoal com Jesus como Senhor. A esperança é o ato de acreditar na promessa de Jesus acompanhada da expectativa do cumprimento. Confiança é o casamento da fé com a esperança. Fé e esperança atuam juntas na vida do crente que confia. A vivencia cristã não é uma esfera de conhecimento, mas uma experiência diária. O cristianismo não é uma mensagem que se deve crer, mas uma experiência de fé que se transforma numa mensagem. O que nós precisamos saber a respeito de Deus nos é dado por meio de Jesus, por isso conhecer a Jesus deve ser nosso maior anseio. A experiência de Jesus como Senhor deve ser nosso alvo maior, pois a fé nasce dessa experiência, é a vida de Deus mais próxima de mim, de tal forma que eu mesmo já não sei quem sou.
4 – A CONFIANÇA DO AQUI E AGORA
Viver o o aqui e agora é a competência espiritual mais elevada para o crente, é estar presente de corpo de alma no exato momento, e não se deixar dominar pelas glorias e derrotas do passado e estar liberto para viver o amanhã desconhecido.
È preciso ter a consciência de que, o que existe é somente o agora, e um dos benefícios desse viver é a libertação de uma existência preocupada com nossa condição espiritual. Essa postura nos faz ver as pequenas coisas que estão acontecendo agora ao nosso redor, coisas essas que podem mudar nossa historia. Viver no momento presente requer que acreditemos profundamente que a vida abundante prometida por Jesus pode ser vivida apenas aqui e agora. Com isso vemos que a compaixão é o mais fascinante e delicioso fruto da atenção dispensada ao aqui e agora.
A única maneira de aprendermos viver esse tipo de vida é tomando uma criança e olhando o seu exemplo. È uma pena que crianças maravilhosas acabam se transformando em adultos insensíveis. È importante considerar que a criança está dentro de cada um de nós, e podo ser recuperada (Mt 18:3).

Rev.Edson Campos

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