segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A SEMELHANÇA DA LIDERANÇA NA IGREJA COM A LIDERANÇA DE CRISTO

A liderança bíblica da igreja é semelhante à liderança de Cristo. Veremos nesta lição quatro aspectos da liderança de Cristo que servem como modelo para a liderança Cristã. Foram papeis que Cristo cumpriu como líder e é dever da igreja refletir a liderança de seu mestre. Estes aspectos são verdadeiros em muitas áreas da vida, mas aqui eles serão trabalhados tendo como referência a vida cristã e o exercício da liderança na igreja.
I – O LÍDER E O ASPECTO DIRECIONAL
Líder é aquele que dá direção. Uma liderança comprometida dá direção aos seus liderados. Se o líder não pode dar a direção que sentido faz dizer que ele lidera? É evidente que os líderes da igreja, assim como quaisquer outros líderes, às vezes têm de dar ordens, tomar decisões e assumir a responsabilidade. Cristo mesmo ordenou muitas coisas. Em Mateus 28.20, por exemplo, Ele mandou que seus discípulos ensinassem outras pessoas, trata-se de uma ordem daquele quem tem “toda autoridade no céu e na terra” (Mt 28.18). Vemos Jesus ordenando seus discípulos a pegarem o barco e passar para outra margem (Mt 14.22); mandando alimentar uma multidão (Mc 6.37,39); ordenando-lhes que não falassem nada a ninguém a respeito de alguns fatos, como a transfiguração por exemplo (Mt 17.9).
O apóstolo Paulo, como líder da igreja, também deu ordens. Ele disse aos cristãos que ensinassem a outros o que fazer. Ele também instruiu os presbíteros a decidirem o que deveria ser ensinado, e que fizessem isso com mansidão (2 Tm 2.24-25), paciência e persistência (2 Tm 4.2).
Hoje algumas pessoas se sentem incomodadas com isso. Mas percebemos com clareza que Jesus deu ordens e instruiu seus discípulos, e isso inclui a igreja de hoje, a fazerem estas mesmas coisas: ensinar, instruir, dispor-se em exercer autoridade. Este tipo de liderança não deve ser evitado. Embora a autoridade possa ser mal exercida, a autoridade em si é uma coisa boa, e podemos recuperar um respeito piedoso pela autoridade se a exercermos com prudência para direcionar a caminhada do povo de Deus.
II – O LÍDER E O ASPECTO DO MODELO
Uma liderança comprometida é aquela que se torna padrão dos fiéis (1 Tm 4.12). O líder é aquele que está à frente, toma a iniciativa e dá o exemplo. Muito da liderança envolve o dar o exemplo e o tomar a iniciativa. Talvez o oficial mais temido em toda a Segunda Guerra Mundial era o comandante de carros blindados alemão, Erwin Rommel, a “Raposa do Deserto”. Quando uma batalha que envolvia as suas forças começava, a mensagem soaria: “Rommel à frente!”. Essa mensagem estimulava as tropas a segui-lo. Bons líderes tomam a iniciativa.
Ser exemplo é um aspecto da liderança bíblica. Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). Pedro exortou alguns dos primeiros cristão a recordarem que “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pe 2.21). Aos cristãos de Corinto, Paulo escreveu: “sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co 11.1). E disse especificamente aos crentes de Tessalônica que havia trabalhado para tornar-se um exemplo que eles poderiam seguir (2 Ts 3.7-9). Paulo se empenhou deliberadamente em ter uma vida que fosse exemplar, não uma vida perfeita, mas sim uma vida exemplar. Ele ofereceu sua própria vida como exemplo, indo à frente para mostrar-nos como isso deve ser feito. Isso é o que toda pessoa que exerce algum tipo de liderança na igreja deve fazer. É dever do líder ser modelo para os liderados (Jo 13.15; Fp 3.17; 1 Tm 4.12; Tt 2.7; Tg 5.10).
III – O LÍDER E O ASPECTO DO SUPRIMENTO
Uma liderança comprometida capacita os seus liderados, e este é outro aspecto da liderança é, o suprimento. Pense em um exército com uma linha de suprimento vital que chega até às tropas que estão na linha de frente. Muito do que é feito na boa liderança consiste em trabalhar estrategicamente para dar forma, ênfase e liberdade à obra que outros são chamados a realizar.
Aqueles que ocupam posição de liderança na igreja devem voltar à retaguarda e oferecer aos liderados as ferramentas que eles precisam para avançar. Lucas relata em seu evangelho, nos capítulos 9 e 10, que Jesus enviou seus discípulos depois de prepará-los. Jesus não apenas dá a missão, mas também dá as diretrizes da missão. No capítulo 10 Jesus está preparando 70 pessoas para uma missão, como líder Jesus já havia dado o exemplo, mas agora seus discípulos iriam para o campo sem o Mestre. Iriam sem a presença de seu líder, mas não sem o suprimento deste. Jesus vai suprir seus discípulos com orientações que os capacitariam a cumprir a missão mesmo sem Sua presença física: 1) O que não levar (Lc 10.4). 2) O que não fazer (não se distrair) – “a ninguém saudeis pelo caminho” (Lc 10.4). 3) O que dizer (Lc 10.5,9). 4) O que fazer (ser paciente) – “Não andeis a mudar de casa em casa” (Lc 10.7). 5) O que fazer diante a rejeição (Lc 10.10-11). Apesar de Jesus não estar presente fisicamente na missão, o trabalho dos discípulos foi bem sucedido pelo fato de receberem o suprimento de seu líder: “Então regressaram os setenta, possuídos de alegria” (Lc 10.17).
Paulo em sua segunda carta a Timóteo vai deixar o mesmo princípio em evidência. A orientação do apóstolo diz respeito ao fato de que Timóteo poderia ensinar alguns homens para que eles posteriormente pudessem ensinar a outros (2 Tm 2.2), mas isso só iria acontecer se antes o líder Timóteo desse o suprimento para que estes homens pudessem desenvolver seus ministérios por si mesmos. Paulo entendia que os líderes na igreja poderiam multiplicar grandemente seu ministério a medida que suprissem os recursos para que outros realizassem seu próprio ministério.
IV – O LÍDER E O ASPECTO DO SERVIÇO
Uma liderança comprometida existe para servir e não para ser servida. Este talvez seja o mais distinto aspecto da liderança cristã. O líder é aquele que serve e não aquele que é servido. Podemos ver este aspecto exemplificado plenamente em Jesus quando deu sua vida por nós, morrendo em nosso lugar, a fim de que vivêssemos para Ele. Descrições comoventes deste serviço auto-sacrificial se encontram em cada um dos evangelhos, e estas descrições refletem em todo Novo Testamento.
Cristo deixou o exemplo de uma liderança que serve, e isso se aplica a todo aquele que exerce liderança na igreja (Jo 13.13-15). Se o que motiva o exercício de cargos e funções na igreja é o vislumbre pelos títulos e posições em vez do serviço ao corpo de Cristo, isso significa que a nossa formação em liderança não teve a Cristo como professor. Jesus já disse certa vez que “entre vós não é assim”, o que quiser ser o primeiro seja o que sirva, pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir (Mt 20.25-28).

Domingo: Deuteronômio 18.15-19
Segunda: João 13.31-35
Terça: Lucas 10.1-17
Quarta: Mateus 20.17-28
Quinta: Filipenses 2.5-11
Sexta: 2 Tessalonicenses 3.6-15
Sábado: 1 Pedro 5.1-5

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