terça-feira, 25 de maio de 2010

O EVANGELHO E UMA NOVA MANEIRA DE VIDA

DOM: Mateus 5.1-16;SEG: Filipenses 1.21-24;TER: 2 Coríntios 6.4-10;QUAR: 2 Coríntios 12.1-10;QUIN: Tiago 4.7-10;SEX: 1 Tessalonicenses 4.13-18;SÁB: Mateus 10.37-39

O Evangelho envolve novas perspectivas. Tudo muda com o Evangelho, inclusive a maneira de encarar a vida. O Evangelho nos chama a celebrar os seus paradoxos: 1) O último é o primeiro. 2) O humilhado será exaltado. 3) Feliz aquele que chora. 4) Perde a vida quem a acha e acha quem a perde. 5) Sou forte quando sou fraco. 6) O morrer é lucro. Etc. Paradoxo é uma declaração que parece ser contraditória, mas na verdade apresenta uma verdade profunda. Segundo a Bíblia aquele que recebe a chamada do Evangelho deve ser completamente envolvido pelos seus paradoxos.
Vejamos dois paradoxos apresentados pelo Evangelho que conduzem a uma nova perspectiva de vida. O primeiro tem a ver com a maneira como devemos enxergar a nossa vida, o segundo tem a ver com a maneira que devemos encarar a morte.
I – O REINO DOS CÉUS PERTENCE AOS POBRES DE ESPÍRITO.
O Sermão do Monte pregado por Cristo deixa bem claro o quanto ter a vida dominada pelo Evangelho é paradoxal. Em um dos paradoxos apresentados neste sermão Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (Mt 5.3 – NVI). Duas perguntas: Como um pobre pode ser feliz? Como pode um pobre possuir um reino? Na perspectiva humana somente os fortes e ricos podem possuir um reino. Já o Evangelho conduz a uma nova maneira de possuir um reino: sendo pobre de espírito. Na antiguidade os soldados que se envolviam em batalhas para conquistar um reino eram marcados por um espírito desbravador. Soldados na conquista de um reino não podiam ter um espírito pobre e humilde. É por isso que o Evangelho é paradoxal, pois ele nos convida a possuirmos um reino sendo humildes e pobres de espírito. O que isso significa? 1) Jesus não estava falando de níveis sociais ou que só os materialmente pobres possuem o Reino. Existem pobres materiais que se acham ricos em seu espírito, deles não é o Reino; existem ricos materiais que são pobres de espírito, deles é o Reino. 2) O pobre espiritual entende que tem o Reino por dádiva, não por merecimento ou conquista. A pobreza que leva a possuir o Reino é aquela que tira do homem todo sentimento de auto-suficiência e orgulho espiritual que o faz se achar merecedor do Reino.
Quando o Evangelho chega ao coração do homem o paradoxo do pobre que tem o Reino se estabelece e uma nova maneira de vida é evidenciada, um espírito orgulhoso e auto-suficiente dá lugar a um espírito quebrantado. Deus rejeita ao soberbo, “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17 – NVI).
O Evangelho nos transporta de uma vida de orgulho para uma vida humilde na dependência de Deus que produz verdadeira alegria. Os termos “bem-aventurados”, usados por Cristo, tem um significado que vai muito além de “felizes”, refere-se ao bem estar máximo e a alegria espiritual exclusiva dos que têm parte na salvação do Reino de Deus. Deve ser por isso que Paulo disse que somos “entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo” (2 Co 6.10).
II – O MORRER É LUCRO.
O Evangelho nos dá uma nova perspectiva de vida mesmo na morte. Muitas pessoas estão sentadas nos bancos das igrejas e ainda têm medo de morrer. Muitos destes supostos crentes não foram envolvidos pelo paradoxo da morte que é lucro, da morte que é descanso ou da morte que é preciosa aos olhos do Senhor (Sl 116.15). Acham que a morte, mesmo para aqueles que estão em Cristo, é um prejuízo.
É verdade que a morte, apesar de ser normal por acontecer a todo o momento, é uma anormalidade, pois o homem não foi criado para morrer. Por isso, a morte é um salário que ninguém quer receber. É comum no começo de mês os trabalhadores ficarem eufóricos para receber o seu salário, mas tratando-se do salário do pecado, a morte, todo mundo quer ser gentil e deixar o outro receber primeiro.
Para muitos “cristãos” a morte é lucro somente para os velhinhos de 80 anos, contudo, na perspectiva do Evangelho, o morrer em Cristo é lucro aos 80, 40 ou 20 anos, pois nesta vida nada pode se comparar ao estar com Cristo. Em vez de enxergar o prejuízo, no caso o morrer, a questão em foco é o lucro: estar com Cristo é incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Esta maneira que o Evangelho enxerga a morte deveria levar o crente as seguintes posturas: 1) Não ser ignorante com respeito àqueles que dormiram no Senhor (1 Ts 4.13) – Aqueles que dormiram no Senhor estão com Cristo. Podemos até chorar pela morte de um ente querido, não somos insensíveis ao fato da morte ser um trauma, mas se este morreu em Cristo não podemos ser egoístas ao ponto de achar que o melhor para ele seria ficar conosco se ele está com Cristo. 2) Nossa esperança em Cristo não se limita apenas a esta vida (1 Co 15.19) – a morte não é o fim da vida do crente, nem mesmo a morte pode o separar do amor de Deus. Isso não é fanatismo religioso, é fé, é segurança irresoluta nas palavras de Jesus: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25).
O fato do morrer em Cristo ser lucro não significa que o Evangelho transforma o homem em um suicida em potencial, antes, o Evangelho nos leva a viver a cada dia sem medo do que a morte pode nos trazer, pois nem mesmo ela pode nos separar do amor de Cristo. Vivo pelo simples fato de estar sempre vivo em Cristo. Seja vivendo ou morrendo estou vivo em Cristo.
CONCLUSÃO:
De que maneira devemos enxergar a nossa vida? O Evangelho nos chama a viver como pobres e humildes de espírito que são fortalecidos e enriquecidos pelo Senhor.
De que maneira devemos enxergar a morte? O Evangelho nos chama a morrer na certeza de que estamos sempre vivendo.

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